O fim de toda tarde santa

Hoje eu me senti meio adolescente de novo, como nos velhos tempos... 
O sol estava baixo, pintando o céu de mil cores, eu saí pra pegar um ar, respirar fundo quando ele chegou. Mesmo com toda minha dificuldade para ver o que está longe por culpa dos meus problemas visuais, ainda assim eu consegui ver o sorriso; o sorriso bobo, de menino, o mesmo sorriso com e sem aparelho pelo qual eu me apaixonei há tanto tempo atrás, e aquele mesmo olhar. 
O olhar que eu sempre reclamei por me olhar tão fundo.
Mas eu fugi, corri dali.
Não sei porque eu fiz isso, talvez por medo.
Eu me sinto caindo, gradativamente. Eu não queria voltar, porque não sei se ele voltaria.
Mesmo depois desses anos, das mudanças de cidade, de cabelo, de corte; mesmo a vida mudando a cada dia, o meu coração permanece igual, e ele sempre fica um pouco mais acelerado quando te vê.

Andresa Alvez

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