Meu chão

Meu chão não tem mar nem montanha
Meu chão não tem ponte esteada
Nem metrô, nem porto ou cais
É simplesinho, o meu chão
Simples até não poder mais

Meu chão não é metrópole
É um canto pequenino
Meu chão não é conhecido
Turista não aparece por lá
É meu recanto escondido

Lá não tem poluição
Nem engarrafamento
No lugar do barulho
O cantar dos pássaros
Isso sim dá orgulho

Ruas de asfalto ou paralelepípedo
Entremeadas por dois rios
Poucos prédios, muitas casinhas
Habitadas por gente que se olha nos olhos
São amigas e vizinhas

Bem sei que ali pode não ser
Do mundo o melhor lugar
Mas me dá paz saber que lá no sertão
Existe um lugarzinho tranquilo
Que posso chamar de meu chão

Celso Garcia

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