E pela primeira vez na vida, a cada segundo que respiro, meu peito dói. É como se tivesse muito ar por aqui. E ninguém pra respirar comigo.
É, talvez seja isso, a eterna e sedenta vontade que meu corpo tem de dividir. Desde um pão doce até todo o oxigênio que existe ao meu redor.
E meus ouvidos tentam se fechar, já que tantos falam o contrário do que meu corpo tenta dizer.
Mas, minhas mãos tentam abri-los. E sua voz entra neles tirando toda a surdez ignorante que colocaram em mim. E por conta de tantas palavras, meu corpo acaba se confundindo. Quando meu dou conta, meu coração já está acelerado, eu não sei para onde ir e pronto: A terrível falta de ar.
Tem ar demais aqui. Tem ar demais em todo lugar.
Tem ar demais para uma pessoa só respirar aqui.
E o pior de tudo, é que não sei mais quando é duas ruas, a cidade do lado, a cidade em quase outro estado... Eu não sei mais, o meu corpo não sabe mais.
E por isso tem sido tão difícil respirar todo esse ar.
Eu só queria alguém para dividir pães doces, uma cama, o espaço em baixo do chuveiro, um palco e o mesmo ar. Eu queria que você fizesse o meu peito parar de doer.
Andresa Alvez
Uau, que profundeza de texto!!!
ResponderExcluirE afinal, quem não deseja ter alguém para dividir todas as coisas boas que existe nessa vida, né!!!
Parabéns!!!