De madrugada

Já é tarde. Ou só cedo demais, não sei.
Eu ouço o barulho dos pneus dos carros que passam voando na rua. Eu gostaria de estar dentro de um deles. 
Eu já estive.
Não sei dizer se eu agi de forma imprudente ou se eu estava apenas procurando algo que fizesse eu esquecer tudo que havia acontecido comigo. 
Gosto de lembrar do sorriso dele enquanto dirigia pela cidade, esse é o tipo de lembrança que sempre me acalma.
Naquela madrugada, ele dormiu antes de mim, e foi ali que eu pensei no depois, nos próximos dias, nas próximas semanas.
Agora, enquanto escrevo, eu vivo tudo que eu pensava enquanto estava abraçada nele, enquanto sentia sua respiração calma e tranquila. 
Eu vivo na eterna espera.
Eu espero pra viver. Pra ter de novo um pouquinho da tua loucura, da tua surpresa, do teu carinho.
Pra fugir, pra esquecer do mundo, dos problemas.
Logo logo o dia vai amanhecer, e eu não vou ter mais a claridade da tua janela.
Eu peço aos céus todos os dias para que tu sejas feliz, mas eu peço para que tu voltes logo, porque eu preciso ser feliz também.

Andresa Alvez

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