Não se desespere! Seu alento há de chegar.

Certa vez, tive de escolher
Entre sofrer ou morrer.
Escolhi bem escolhidinho
Viver bem devagarzinho.
Fui condenado, morto e 
Tantas vezes crucificado.

A vida poucas vezes sorriu
Um sorriso elegante e 
Sincero, cheio de dentes
Para este amigo que sempre
Optou por alegrar a todos
Que passassem na sua frente.

Sempre fiz a maior questão
De mostrar o quão velha,
Ranzinza e sem coração
Estava sento aquela vida
Medíocre e vagabunda que
Não me estendia a sua mão.

Um belo dia, assustei-me
Ao perceber que precisava
Mais uma vez me erguer.
Taparam-me os olhos e
Cego, perdido e desorientado
Tive de no escuro correr.

Gritei por muito tempo
Sem que me ouvissem 
Em canto ou lugar algum.
Mas, naquele minuto final,
Pude ver a luz no fim do túnel
Sem precisar acionar o zoom.

Era uma alma caridosa.
Um espírito iluminado que,
Confesso, nunca esperei.
Como todas as boas surpresas
Da vida que ora sobe, ora desce,
Aos braços estendidos me joguei.

Agradeci, sem qualquer vaidade,
O resgate do anjo aparecido.
Ao que me foi de pronto respondido:
Só fiz aquilo suplicou seu coração,
Que, há algum muito tempo,
Precisava do descanso merecido.

Gustavo Dias

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