Passado, doce passado!

Quero a nossa casa de novo. Os cômodos que entravam um no outro e nos engoliam!
Parte da mobília emprestada da sua mãe, e o buraco na parede que ficava o ar condicionado que depois de um tempo, se tornou imaginário.
Retocar a maquiagem na ponta dos pés, porque o espelho do banheiro era muito alto; e conversar enquanto você tomava banho e dizia que só não me arrastava para o chuveiro porque a minha mãe iria me matar! Fazer a sua barba em tempo record porque você vivia atrasado pra faculdade.
Discutir para decidir quem secaria a louça. Não limpar o fogão. Não beber água, ficar com os dedos sujos de doritos, gastar dinheiro que era para pagar dívidas comprando pastel.
Não levar pijama de propósito só pra dormir com uma das suas camisetas. Brigar com você no dia seguinte porque chutou a minha perna enquanto dormia.
Almoçar miojo, assistir novela, limpar a casa, comprar detergente e pedir o troco em balas de yogurte. Se assustar quando surgia uma goteira em cima do computador, estourar a conta do “mercadinho” só em bolacha, salgadinho e refrigerante.
Ter para onde fugir.
Eu preciso da nossa casa de novo.

Andresa Alvez

2 comentários:

  1. Eu tenho lembrança infantil da casa de minha avó...
    Aquela casa enorme no jardim botanico era um paraiso para mim que sempre morei em apartamento.
    A casa de minha avó tinha muita planta, tinha passarinho preso e milhares de passarinhos soltos...
    Tinha tres jabutis enormes, tinha codorna num viveiro grande, tinha caramujo vivo solto entre as plantas.
    Mais o cheirinho da casa dela é que não me sai da lembrança...
    As vezes era cheiro de comida gostosa...era o feijão feito com alho picadinho, cebola, azeite e folhas de louro, que delicia que era...
    Minha avó fazia pasteis, e fritava sempre quando eu chegava.
    Minha avó fazia bolos e deixava eu lamber a tijela.
    Minha avó mastigava fumo de rolo e pedia o pinico pra cuspir...
    Minha avó tinha 80 anos, e um dia olhou prá mim e não me reconheceu...
    olhava pro meu pai e não reconhecia...passou a olhar prá todos os parentes...
    e nunca mais falou...nunca mais quiz o pinico pra cuspir
    Já não queria mais ouvir a Radio Nacional
    Não queria ver o Silvio Santos na Tv...
    E um dia...sem se dar conta...dormiu e não acordou mais...

    de luiz Klaudius Duarte

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  2. Eu tenho lembrança infantil da casa de minha avó...
    Aquela casa enorme no jardim botanico era um paraiso para mim que sempre morei em apartamento.
    A casa de minha avó tinha muita planta, tinha passarinho preso e milhares de passarinhos soltos...
    Tinha tres jabutis enormes, tinha codorna num viveiro grande, tinha caramujo vivo solto entre as plantas.
    Mais o cheirinho da casa dela é que não me sai da lembrança...
    As vezes era cheiro de comida gostosa...era o feijão feito com alho picadinho, cebola, azeite e folhas de louro, que delicia que era...
    Minha avó fazia pasteis, e fritava sempre quando eu chegava.
    Minha avó fazia bolos e deixava eu lamber a tijela.
    Minha avó mastigava fumo de rolo e pedia o pinico pra cuspir...
    Minha avó tinha 80 anos, e um dia olhou prá mim e não me reconheceu...
    olhava pro meu pai e não reconhecia...passou a olhar prá todos os parentes...
    e nunca mais falou...nunca mais quiz o pinico pra cuspir
    Já não queria mais ouvir a Radio Nacional
    Não queria ver o Silvio Santos na Tv...
    E um dia...sem se dar conta...dormiu e não acordou mais...

    de luiz Klaudius Duarte

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