- Espera, deixa eu puxar a cadeira pra você sentar...
- Não faz isso, não assim, não desse jeito..
Eu já havia me entregado por completo para os seus olhos que eu ainda não consegui definir que cor eles tem. O mistério parecia me instigar a cada frase. O que viesse a partir disso não mudaria nada do que foi feito dentro de mim. Do que ele estava fazendo em mim sem se dar conta disso.
A praia estava abarrotada de turistas, eu não me importava com nenhum deles. Para mim, a praia estava vazia.Coloquei minhas idéias em minhas mãos conforme gesticulava sem parar, contei tudo que sabia. Efusiva, eufórica e arrepiada por culpa do vento frio eu disse tudo.
Mordia os lábios, prestava atenção em mim. Questionava, perguntava, indagava. Interagia comigo. Porenquanto, apenas verbalmente... Mas verbalmente era pouco pra mim. Ele ja sabe que gosto de exageros.
Minhas coxas brancas estavam cruzadas, eu apertava meus dedos e tentava escapar daquela hipnose... Sinto que era tarde demais para tentar escapar.
Os elogios saiam dos labios, dos sorrisos e das pupilas.
No encarte do cd que abandonei no quarto dele um bilhetinho simples. Palavras curtas. Um mundo de carinho numa folha amarela.
Suspiros e mais suspiros.
Não faz assim, não assim, não desse jeito.
Se for pra me encantar fica e me cuida.
Você me tem fácil demais. Resta a você decidir se isso é bom ou não.
Andresa Alvez
Nenhum comentário:
Postar um comentário