As belezas pela internet: "Blockbuster"

Mais um mês se inicia, e neste blog a primeira postagem de cada mês abre espaço para bons textos que li nas minhas andanças por este mundo virtual. Neste mês de março o escolhido foi o texto Blockbuster, do No Aéreo, blog de Pedro Dias. Me chamou a atenção as informações sobre como se criam os filmes chamados de blockbusters, ontem e hoje em dia. Claro, o que há no texto é a visão dele da coisa, com as informações que pesquisou. Não é algo que seja verdade absoluta. Existe margem para se discordar e debater isto. O jeito do Pedro de escrever é outro ponto que merece aqui uma menção, pois o difícil não é passar a informação, mas fazer com que isso se torne algo interessante, de forma que fiquemos presos à leitura, sem ver o tempo passar. Quem já fez parte dessa seção tem essa semelhança. Enrique Coimbra, Mayara Almeida, Thiago de los Reyes conseguem fazer isso em seus blogs. Acho que a partir daí, do momento em que se tem o leitor nas mãos, é que podemos ousar, tanto no lúdico quanto em informações úteis. Tudo depende do jeito como as coisas são feitas.

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Blockbuster
Por Pedro Dias

Blockbuster é uma peça de teatro ou filme, que alcança reconhecimento geral da audiência e se torna um marco do seu gênero. Hoje em dia, quando o teatro já não tem mais o reconhecimento e a procura de antigamente, o termo define quase exclusivamente os filmes. Certo, existem os blockbusters literários, os best-sellers, mas estes não me interessam nesse post. Peças de teatro como Catz, Chicago e Hamlet são exemplos de blockbusters. Mas como vocês sabem, os filmes são coisas novas, tem pouco mais de um século de existência. E salvo exceções, foi somente a partir da década de 70 que Hollywood aprendeu a fazer sucesso com eles e conseguinte, a sobrepor sua imagem contra a Broadway de maneira mais marcante.
Você já assistiu Jaws (Tubarão) de Steven Spilberg? E Star Wars (Guerra nas Estrelas), de George Lucas? Se não assistiu, você é uma vergonha pra si mesmo. Mas mesmo que nunca tenha visto, você os conhece, são os primeiros blockbusters do cinema. São clássicos, com referências relembradas, copiadas e imitadas. Com eles a indústria do cinema deu sua primeira virada radical, com cada um faturando mais de $100 (cem) milhões de dólares (ou, 10² milhões ou ainda 10 elevado à oitava potência), o que era considerado superfaturamento. Antes deles, filmes como Gone with the wind (E o vento levou) por exemplo, faturaram bem mais, mas não têm o mesmo tipo de reconhecimento e não são considerados blockbusters nesses termos..
Jaws e Star Wars redefiniram o termo, e juntos criaram a idéia de grandes sucessos de verão. Isso fez os produtores de filmes começaram a apostar pesadamente em filmes de grande orçamento, esperando novos blockbusters. E isso foi bom para os diretores, que muitas vezes estouravam seus medíocres orçamentos (George Lucas passou tanto do limite, que a Fox quase evitou que ele terminasse as filmagens de A new hope). Por conta disso, começaram a tomar liberdade no uso de efeitos especiais, roteiros ousados e principalmente, na contratação de atores conhecidos. E isso nos deu grandes filmes e gigantescos fiascos desde aquela época, pois super-orçamento tinha virado sinônimo de sucesso. O termo, que até então já tinha sido redefinido, foi novamente alterado. Blockbuster começou a significar exatamente o que os produtores queriam: orçamentos gigantescos e sucesso imediato que cobrisse os custos logo no primeiro fim de semana. Muitas lágrimas já rolaram de decepção.
Agora deixe-me desviar um pouco desse assunto e chegar no meu ponto. O motivo de existirem atores famosos. A história aqui é outra, paralela aos blockbusters. Eu te digo, não é só por serem bons no que fazem. Alguns nem parecem saber o que estão fazendo. Alguns são rostos bonitos e é só o que são. No começo do cinema (e eu não vou considerar o cinema mudo aqui, já que a história do cinema é imensa) os filmes ainda eram coisas… não toscas, mas rudimentares, não existia uma definição, uma base nem precedentes. Foi o pioneirismo, tudo era novo e só eram limitados pela falta de conhecimento e equipamento.
Quando o estilo de fazer filmes estava mais ou menos definido, década de 20, as primeiras grandes estórias surgiram, juntas dos primeiros diretores conhecidos e atores reconhecidos. Agora os atores eram reconhecidos de maneira mais ampla. Seus rostos desempenhavam o mesmo papel em sua melhor atuação repetidamente, em mais lugares do que uma peça itinerante podia abranger. E à isso, se atribuia crédito ao diretor, que instrui os atores até seu melhor desempenho e aos própios atores, que nem sempre merecem essa colher de chá. E se um filme tinha uma boa crítica, outros diretores iriam querer aqueles atores em seus filmes. Isso faria o público ligar aquele ator ou atriz à bons filmes, implicando que qualquer estória representada por eles fosse um pedaço de genialidade. Esse era o atrativo, mais que a própria estória. O público queria mais do mesmo, o resto é consequência. Não que a Marilyn aí do lado não fosse boa atriz. Grandes filmes como Some like it hot tem seu nome nos créditos. A foto é meramente atrativa. Igualzinho à antigamente.
E é assim desde então. Juntando rostos bonitos conhecidos à fórmula blockbuster dos anos 70, conseguimos coisas como Código da Vinci e outros. Não quero colocar filmes ruins aqui. Isso inclui até mesmo as atuais animações. Você já viu, depois do trailer do monstro verde, eles anunciam que aquela voz é daquele ator que ficou famoso naquele filme. Agora não é um rosto que eles promovem, mas uma voz conhecida. Parece que a indústria rodeia as apostas seguras, tornando-os extremamente cultuados. E tem o dinheiro também, pouca coisa.
A coisa evoluiu ao ponto de que atualmente, os cursos especializados ensinam as pessoas a fórmula do sucesso. No site Media Awareness eu encontrei um plano de aula onde todos os pontos do sucesso são abordados. Tipo de roteiro, promoção e marketing, uso de estrelas conhecidas e por aí vai. Só pra mostrar que não sou só eu que penso isso. Eles ensinam isso!
Mas veja bem. Eu adoro cinema, sou realmente um cinéfilo moderado. Eu não me importo com rostos repetidos, eu até gosto em alguns casos. O que realmente me incomoda, é o atual blockbuster. Junta o pior das definições. Mega orçamento, dois à sete atores famosos, péssima estória e uma camada de efeitos especiais que eles põe esperando que você não perceba que aquele vencedor do Oscar é realmente ruim. Existem vários filmes de baixo orçamento muito melhores que qualquer Transformers ou Sherlock Holmes.
Slundog Milionaire (Quem quer ser um milionário?), Little Miss Sunshine, Juno, Witch of Blair (Bruxa de Blair), Borat e Rocky (o primeiro) são blockbusters da melhor definição e de baixo orçamento. Tudo é contrário à receita Hollywoodiana. Baixo orçamento, atores desconhecidos. Isso deixou espaço para boas estórias.
Mas eu não estou colocando isso como verdade absoluta. Isso é MINHA idéia, MINHA visão da coisa. Qualquer opinião contrária não é da MINHA conta, a não ser que você queira que seja. Então, comente o post, sim?
Dias. Pedro

P.S.: Eu vi hoje o trailer do filme Nine, um musical comédia que vai estrear por aqui. Esse possui um elenco carregado de nomes conhecidos, é ganhador de Oscar e apesar disso me parece ser muito bom. Vou assistir com ansiedade. Mesmo que seja bom, esse filme não vai ser a exceção e sim a regra.
P.P.S.: Eu esqueci de anotar as fontes, então, para mais info, procure no google. Eles tem um googol de informações.

3 comentários:

  1. Achei interessante o post, cheio de informações que até então não tinha conhecimento!!!

    Parabéns!!!

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  2. "Tudo é contrário à receita Hollywoodiana. Baixo orçamento, atores desconhecidos. Isso deixou espaço para boas estórias."

    Pronto. O cara é mara.

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  3. Achei ótimas as colocações do Pedro, ainda que o que eu ache não seja da conta DELE.

    Rsrsrs.

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