Difícil felicidade

Pensando na vida, no tempo que passou, ela lembrava da felicidade simples que sempre vinha guardada no peito e refletida no sorriso.
Pensando no passado, naquilo que se foi, ela recorda momentos de um dia de sol, a caminho da escola, junto com os amigos, que um dia abandonou.
Sonhando acordada, ela revive lembranças que o tempo levou. Um “olá” era motivo de alegria, uma longa conversa, emoção, um simples abraço, o máximo da felicidade.
Sonhando acordada, ela cria histórias. Histórias que não aconteceram e nunca vão acontecer. Porém, ele cria e vive intensamente, dentro de sua cabeça, cada momento. 
Sonhando acordada, ela esquece sua realidade, seus dramas, seus medos, sua tristeza, sua depressão cada vez mais severa.
Sonhando, um dia, alguém a despertou. Mostrou que o mundo não é fantasia, não é fácil e que a luta é constante. Mostrou que sonhar acordada é perder tempo e desperdiçar a realidade.
Ali, ela percebeu. No fundo, estava certo. Sonhar com o impossível é perder tempo e sofrer pelo o que não se pode ter.
Ali, ela percebeu que é difícil ser feliz. Sem motivos para sonhar não há porque tentar realizar aqueles devaneios de dias de sol.
Chorou. Ignorou o mundo. Sofreu. Caiu. Quase matou. Quase morreu. 
De repente, num sopro de esperança, seu coração se encheu. 
Um coração cheio de dúvidas, que começou a buscar respostas.
Um coração cheio de respostas, que começou a definir caminhos.
Um coração cheio de caminhos, que começou a encontrar sentido.
Um coração cheio de sentido, que voltou a encontrar a vida.
Ela não sabia ser feliz. Agora sabe.
Agora vive.

Marina Messias

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