Estas linhas contam como humanos, entendidos, acadêmicos, liberais, sem
conceitos pré-formados, partiram em guerra contra o nazismo, a ditadura e a
prepotência. Toda e qualquer semelhança com a vida real será pura e simples
coincidência, pois isso tudo aqui não passa de produto exclusivo da imaginação
e da criatividade desse autor que lhe escreve. Reais são apenas a ditadura com
a Lei de Segurança, as máquinas de repressão, as prisões cheias, as câmaras de
tortura do obscurantismo, e nossa guerra "velada" mundial,
desencadeada pelo narcisismo humano em seu pior momento.
O bom senso morreu! Triste notícia. Só não mais triste que os fatos
que o futuro nos demonstra. Na hora exata em que a esperança feneceu, combalida
pelos duros golpes a ela aplicados, chegou, alvoroçado, à sala de reuniões dos
povos para comunicar a fúnebre e ingrata notícia, o que iniciou a movimentação
das forças, o ferroviário Elias, também conhecido por Profeta. Ele estava
suspenso no ar, pendurado por alguns cabos, talvez. Estranho pensar em um homem
voando? Existem coisas ainda mais estranhas no mundo. Atletas, baluartes, queriam
que Profeta citasse nomes, revelasse segredos e trouxesse a paz. Curiosamente,
algumas coisas não perdem seu tempo, nem seu lugar. Elias era só um mensageiro,
e o povo o achou santo e fazedor de grandes milagres.
As pessoas não souberam, nem nunca aprenderam isso, lidar com as
forças para superar o desalento e o desespero. Elias foi desacreditado e
tristemente insultado porque as pessoas não queriam alguém que as alertasse dos
seus destinos, mas que fizesse por elas, as levando à reboque da vida, quando a
vida é, na realidade, propriedade de quem faz com que ela aconteça, não
brinquedo de quem por ela apenas passa.
Diante de tão patético panorama, como levar a sério os mais profundos
desejos dos homens, e emprestar a eles outro significado além das futricas e
falatórios habituais? Gente ilustre, personalidades exponenciais na vida
cultural, todos lidam com a mortalidade do corpo, os títulos, Mas pouco cuidam
do bem da própria alma, tudo isso concorre para que a disputa de egos exaltados
seja ainda mais um episódio de ressonância global, por vezes motivo da mais
ruidosa e áspera competição. Cabe a quem não participa dessa guerra infame,
observar sem agredir, e reagir na exata proporção com a qual seja tomado pelas
forças do "não querer".
Leonardo Távora
Nenhum comentário:
Postar um comentário