Um sábio filósofo certa vez disse que na bonança temos muitos amigos, mas é nos períodos difíceis de nossa vida que conhecemos aqueles que são os melhores. É uma grande verdade. Nesses momentos sabemos com quem podemos contar em absolutamente todos os momentos, e por isso, em quem podemos confiar. Essas são as pessoas que entenderam perfeitamente o “amar ao próximo como a si mesmo”. E como é difícil fazer isso, não?
Talvez esse seja o maior aprendizado de vida que o ser humano precisa para evoluir. Certamente, o mais complexo de todos, pois é extremamente difícil amar alguém como amamos a nós mesmos. Seja por sentimentos intimistas, seja por desacreditar no gênero humano, o fato é que a quase totalidade dos humanos passa pela vida sem conseguir apreender a concretude desse conceito de amor sem fronteiras. Talvez somente as mães já possuam impressos no coração as marcas desse amor gratuito e intenso.
Mas existe uma classe de humanos que também consegue compreender e vivenciar essa experiência. A dos amigos verdadeiros. E aí falo de um grupo de pessoas que não possuem, à princípio, o elo de ligação que as mães tem com seus filhos. Amigo a gente escolhe, seja por afinidade de pensamentos ou por empatia tácita. Conseguir fazer com que esse amigo lhe seja caro ao ponto de você enxergar ali o respeito e a admiração que você dedica a si mesmo não é nada fácil de acontecer.
E é justamente nos momentos complicados da vida que podemos identificar os melhores irmãos que a vida nos permitiu escolher. Não precisa pensar apenas em dificuldades financeiras. Quando temos um grave problema de saúde, por exemplo, quem não fica tocado quando recebe a visita de um amigo? É um sinal de preocupação, sobretudo daqueles que ligam e visitam várias vezes. Mas e quando esse amigo para tudo (quando pode, claro) para ficar ali, segurando sua mão, dando força? Aí até o mais adoentado ganha ânimo para viver e melhorar rapidamente.
Mais que no amor, é na amizade que as pessoas mostram seu lado mais altruísta. Penso que isso acontece porque o amor exige uma troca de sentimentos e sensações de um modo muito maior e mais intenso que a amizade, onde os laços, por sua vez, são mais fortes e mais perenes. Romper uma amizade séria e bem nascida é muitíssimo mais difícil que romper um namoro. Amor acaba mais rápido que amizades sinceras. E um amor que nasce onde antes brotou uma sólida amizade tem bem mais chances de existir por mais tempo. Quiçá pela vida toda. Quiçá por várias vidas.
Leonardo Távora
Belíssimo!!!
ResponderExcluirE tem aquilo: "ame a si mesmo antes de amar os outros". O amor de amigo é uma extensão disso. Amando o outro tanto quanto a si mesmo só reforça o amor acerca de si! É um ganh-ganha maravilhoso!
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