Olá, leitores! Estou muito contente de chegar a mais uma edição do “Livro em Cena”. Aqui eu faço duas coisas que gosto muito. Treino roteiro, que não tem glamour, mas que é o que faz as coisas bacanas que vocês assistem na TV, no Teatro e no Cinema, e também divulgo um escritor por mês. A literatura no Brasil precisa de mais divulgação, até para que possamos atrais cada vez mais o publico para esses universos fantásticos que as mentes dos escritores costumam criar.
Este mês, apresento André Vianco, que já não é nenhum novato no mundo literário, pois publica seus livros desde 2000. Ele é muito talentoso, com livros muito bons no gênero do suspense. Seus Vampiros da série Sétimo são muito bem avaliados pela crítica. Eu mesmo, que tenho reservas à leitura de suspenses, me rendi aos livros de Vianco, pois têm vários dos elementos dos maiores Best-Sellers do mundo do suspense, e com histórias que se passam aqui, no Brasil, em lugares que bem conhecemos. Vale a pena compara as coleções do André Vianco. Recomendo muitíssimo.
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CAMPO DE MARTE (SP) / DIA / INTERIOR DO HANGAR
Um carro negro adentra o hangar do aeroporto.
De dentro dele saem Isabela, Raul e Hélio.
Eles se aproximam da jaula de prata, menos Helio, que vai conversar com o comandante.
A fera está muito agitada.
Isabela olha com raiva para Ignácio.
Isabela: Ela ainda não se acalmou?
A jaula balança.
Ignácio: Ela ainda não se acostumou. Foi muito rápida a transformação.
Raul: Já esperamos demais. Temos que embarcá-la assim mesmo.
Hélio se aproxima da jaula.
Hélio: O comandante acha arriscado.
Ignácio: Ele a viu?
Hélio: Não, Dom Ignácio. Não colocou os olhos nela. Não se aproximou de nenhum de nós. Está morrendo de medo, na verdade.
Ignácio acena com o dedo para Bert.
Bert se aproxima, olhando com medo para a jaula.
Ignácio: Garanta que partamos agora, Bert.Preencha todas as dúvidas do comandante com as certezas que sempre forneci a este imbecil.
Bert foi logo para perto do comandante.
Hélio olha para a jaula.
A jaula treme.
Hélio fecha os olhos, e, ao abrir, fala para Isabela.
Hélio: Dê-me a chave.
Isabela olha de lado para ele, e permanece quieta.
Hélio: Escuta, ruiva. Vocês prometeram o melhor tratamento pra gente. Até apartamento o magrelo ali me ofereceu... Então, que droga é essa de prender minha amiga?
Isabela vira-se, de braços cruzados, para Helio, e o olha com deboche.
Hélio fica com raiva. Seus olhos ficam vermelhos.
Hélio (Mostrando os dentes): Dê-me a chave.
Isabela balança negativamente com tranqüilidade a cabeça.
Hélio urra de raiva, como um lobo.
Raul: Novatos. Vocês tem um comportamento tão... Tão patético.
A jaula continua chacoalhando.
Hélio: Ela não está legal, ruiva. Dê-me a chave! Preciso dar uma olhada nela.
Hélio colocou suas mãos no chão, encurvando as costas. Suas roupas começaram a ficar apertadas, com pêlos crescendo por todo o corpo.
Isabela abre o seu sobretudo e lhe mostra duas pistolas, tira uma delas e aponta para Hélio.
As turbinas do jato começam a funcionar, produzindo um grande barulho.
Ignácio se aproxima de Hélio.
Ignácio: Sua amiga está bem, Hélio. Posso garantir. Esse desconforto a que está submetida é passageiro. Mais psicológico que qualquer outra coisa.
Hélio volta para a posição bípede, se acalmando, encarando Ignácio.
Hélio, então, sorri para Ignácio e Raul.
Hélio: Não sei o que me deu. Acho que estou ficando louco com toda essa história.
Ignácio: Imagina, meu amigo. Incertezas vão e vêm a todo instante. Pode demorar um pouquinho, mas logo descobrirá quem eu realmente sou, e será fiel à minha causa para todo o sempre.
Hélio olha para a jaula, que já não sacode tanto.
Ignácio também olha fixamente para a jaula, se aproxima da portinha, e olha para dentro.
Ignácio: Acalma-te, bela vampira. Essa raiva e esse ódio em teu peito estão fervendo porque seu sangue está em contato com Sétimo. Ele também era um cultor do ódio e da matança. Mas te acalma.
A jaula vai parando de sacudir.
Ignácio: Aqui todos te querem bem e zelam por tua figura. Use essa raiva contra aqueles que merecem. Primeiro meus inimigos, depois vamos ao seu. Tiago não escapará desse encontro e desse acerto de contas, isso eu lhe prometo.
A jaula já não se mexe mais.
Ignácio: E quando eu girar a trava dessa prisão de prata você terá toda a noite para assombrar os mortais.
Ignácio ordena que coloquem a jaula no jato.
Todos entram no jato, que fecha a porta e parte em direção à pista do aeroporto.
Leonardo Távora
André Vianco é máááááágico! Eu quero a coleção de Sétimo, me dá de presente? E outra, AMEI essa frase:
ResponderExcluir"E quando eu girar a trava dessa prisão de prata você terá toda a noite para assombrar os mortais."
Eu ia colar outra que gostei antes, mas eu copiei essa depois, e apagou a outra. AHUAHAUAHUAH Ok.
Não conhecia esse autor, e ao ler um pouco sobre, gostei muito de seu trabalho.
ResponderExcluirLivros de suspense parecem ter o poder de prender nossos olhos em casa palavra, e não ficamos 'cansados' de ler.
Adorei o roteiro, consegui visualizar bem a cena. Parabéns!
Gente! Que pegada mutante é essa? hehe
ResponderExcluirConfesso que não sou muito lá grande fã de suspenses, mas a cena me agradou muito e me instigou com relação ao desenrolar dessa história. Muito bom!
Tá de parabéns, queridão. Como sempre, aliás.
Abraço e sucesso!