Dos braços curtos demais
De corpos tais e quais
Não há religião ou ciência
Que a sensação explique ou tente
Que tal emoção recrie ou invente
Haja calma e paciência
Quando se está distante
Dura a eternidade cada instante
Pra acabar com a dor da ausência
Só juntando o meu ao seu corpo
Peito com peito, conforto
É gritante a incoerência
De apertar tão forte
Quem nos dá carinho e sorte
Não carece anuência
É senso comum, sabedoria popular
Dois corações, um só pulsar
Há melhor sentido na existência
Quando a solidão, então, vai embora
A alma, serena, só pensa no agora
Pergunto quem, em sã consciência,
Recusaria o ápice e apogeu
De receber um abraço teu?
Não eu, tenho inteligência
Mais que isso, tenho desejo
De cobrir teu corpo de beijo
E então, reticência...
Celso Garcia
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