Surgiu na hora mais perturbadora da noite, exatamente quando meu sono decidiu sumir por completo. Na primeira madrugada eu já te quis. Não era uma necessidade carnal, era carinho... Eu só não quis dizer.
E lentamente, mesmo sendo um homem de lata você desfez todas as minhas camadas, até não sobrar absolutamente mais nada.
E debaixo de toda a armadura, existia um coração, que só se manifestava por perguntas.
E no fim dos cabos de fibra ótica vivia um sorriso que era minha perdição.
E na terra quente que era perto da minha, morava um corpo habitado por veias, pele branca, olhos que ficavam pequenos e mãos que eu queria que fossem minhas.
Fez de mim coruja, morcego; arregalava meus olhos e me silenciava sempre que o calendário mudava e o relógio juntava seus zeros.
Tinha (e tem) de mim mais do que simples palavras digitadas.
Carrego no fundo da bolsa tudo que eu preciso pra ir até onde ele vive. Eu realmente quero estar perto.
Ele conta nossa vida em horas e dias, eu prefiro pensar na intensidade.
Eu sei que vai caber 90 dias dentro de agosto, mas eu queria que coubesse 100 dentro de um dia de setembro.
E mesmo que eu não o decifre, e que não tenha dele tudo que quero, eu sei que ele é meu bem durável, meu bem.
Obrigada Insônia, foi a primeira vez que você me rendeu algo.
Andresa Violeta Alvez
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