Muito Amor e Pouca Fé

"Surgiu como um clarão
Um raio me cortando a escuridão
E veio me puxando pela mão
Por onde não imaginei seguir
Me fez sentir tão bem, como ninguém[...]"

E desde a primeira vez que ouvi essa canção, ela martela em minha mente e em meu coração.
Trás aos meus olhos lágrimas. E trás ao meu pensamento as cenas do nosso passado. Esse que eu daria a alma para reviver.
Queria voltar a te trancar naquelas quatro paredes, dormir ao seu lado e até suportar as suas crises de riso. Queria voltar a cada madrugada, queria voltar até aos momentos de dor, porque nesses, apesar de não te ter, eu te tocava.
Queria voltar ao ciúme bobo, ingênuo. Queria voltar a cada desejo secreto que saciávamos do nosso jeito.
Tão clichê, tão igual. Sempre assim. Sempre a mesma dor, o mesmo pedido, o mesmo Amor.
Peco em criar essa ilusão. Mas, metade de mim acredita nela, e a outra metade desacredita. Sim, soa estranho, eu sei. Mas é assim que se pensa quando se tem um Amor impossível.
“Impossível”, porque essa palavrinha existe? Ela dá mil voltas nos meus pensamentos, e às vezes me faz desacreditar. Me faz cansar de crêr. Me faz ver que crer em certos casos não me leva a lugar nenhum. Onde está minha fé nessas horas? Ela parece se esconder, sumir.
Minha fé pode mudá-lo? Minha fé poderia um dia, fazê-lo acordar e agir como diz o texto de minha amiga Jéssica Ribeiro “e vir até mim dizendo que me Ama, que é comigo que ele quer ficar e que tudo não passou de uma diversão?”
Ah fé, se você pode mover montanhas, você pode mover pensamentos? Mudar gostos? Fé, você pode mudar um coração e fazer esse Amar outra pessoa?
Emaranhados de idéias e planos se formam em minha cabeça, e só aquele sorriso pode os desfazer.
Não quero questionar Deus, mas, porque aquele olhar tem a resposta de todas as minhas perguntas, se é o mesmo que forma cada dúvida?
Porque é naqueles lábios que eu encontro a minha paz, a minha calmaria? Porque é em volta daqueles braços que meu coração bate mais depressa? Não deveria ser assim! É perda de tempo, completa perda tempo!
Eu deveria tatuar em meu corpo todas as nossas brigas, por mais idiotas que elas fossem, talvez assim eu te esquecesse, talvez assim esse Amor sumisse.
Mas, como me conheço, sei que ao te ver, esconderia as palavras contidas em meu corpo, teria vergonha delas, porque elas fariam parte de algo que não somos, fariam parte de um acaso. E enfim, ao te ver, o arrependimento mais uma vez tomaria conta de mim, e me faria esquecer tudo. É um ciclo. Ciclo vicioso! Talvez seja uma sina. Ou talvez sejas o Amor da minha vida.
E por fim, sendo o Amor da minha vida, mais uma vez, uma das palavras mais odiadas por mim faz parte desse texto: Impossível.

Andresa Alvez

Um comentário:

  1. Trechos ligeiramente ritmados e um estilo peculiar me fazem querer mais. Gostaria imensamente que Dona Andressa Alvez investisse nas construções de monólogos.

    Admiro imensamente a forma com que escreve, porém acredito ser necessário um cuidado um pouco maior, não com a construção do enredo ou os elementos pscicológicos do personagem, pois acho que estão de acordo, mas com a forma com que nos introduz na história e o momento de imersão do leitor.
    Há de fato um momento em que somos abraçados pela emotividade envolvida, porém o modo com que somos atraídos a ela ainda não me convenceu totalmente.


    Parabéns pelo trabalho no literatura e parabéns ao amigo Távora pela escolha da moça que a algum tempo só faz abrilhantar os posts do Blog.

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