Minha pequena morada

E só cedo, quase oito da manhã, que ele foi me olhar do jeito que eu queria que tivesse me olhado a noite toda.
Os lábios entreabertos, e os olhos fixos no meu rosto, foi o primeiro momento em que eu me senti realmente especial.
Saí tarde de sua casa, com sono e com as pernas doendo; minha cabeça repassava, como um filme, cada cena. Minha memória rebobinava tudo a cada minuto, mesmo sabendo que automaticamente, tudo se auto destruiria. Saí de sua casa grande, maior, não cabendo dentro de mim.
E mesmo que a dor nas pernas já tenha passado, e mesmo que essa sensação toda de estar gigante tenha sumido e às vezes me faça pensar que ela jamais irá voltar, eu ainda dou um sorriso ao lembrar de tudo, eu ainda guardo tudo no lugar mais bonito do meu coração... 
Mesmo que meu coração só sirva para bombear sangue, mesmo que o Amor não exista; não importa, eu guardo você no lugar mais bonito que tiver dentro de mim, e se ainda assim, nada disso existir, eu invento um, só pra você morar em mim.

Andresa Violeta Alvez

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