- A vida é cheia de ciclos, né?
- Acho que não. É meio estranho pensar em ciclos, pois eles podem voltar, e isso me dá uma sensação de, sei lá, estagnação.
- É estranho pensar que podemos viver novamente emoções do passado?
- Não. É estranho imaginar que não somos capazes de aprender com nossos erros. Em uma vida de ciclos, fatalmente cairemos novamente em dada situação, e se é um ciclo, nossas ações se repetirão.
- Acho que to entendendo. Estamos falando de uma espiral. E se falharmos em algum momento dessa espiral?
- O ciclo se repete.
- Viu. Voltamos ao ciclo.
- Você só volta se repetir o que já fez no passado.
- Mesmo as coisas boas?
- Sim. Mesmo elas. Na verdade, há muitas formas de se fazer o bem. Você só evolui quando consegue encontrar essas novas formas.
- Tá... Calma... Você quer me dizer que eu vivo numa espiral chamada vida, e que só fico plenamente realizado quando evoluo nela. Até onde essa espiral pode ir?
- Até onde sua imaginação alcança?
- Ah, muito, muito longe. Se for para imaginar, eu vou evoluir até morrer.
- E provavelmente não terá evoluído tudo.
- Assim eu é que me assusto. Será que vivemos neste mundo apenas para aprender?
- Não. Para ensinar também. Mas ensinar a quem deseja aprender.
- Como assim?
- Na vida, a gente costuma aprender com quem sabe mais, ou viveu mais, e ensinar a quem sabe menos, ou viveu menos. Mas não é todo mundo que você quer ensinar que irá desejar aprender. É preciso saber calar, e ter a consciência de que é sua obrigação ajudar a quem lhe pede a luz para sua treva pessoal.
- Ah. Tipo, um ciclo!
(Silêncio. Sorrisos)
- É sim! Tipo um ciclo.
Leonardo Távora
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