Vida ao contrário

Sonhei um mundo novo
Até onde a imaginação permitiu
Mas, devo ser bem limitado
Pois foi isso que surgiu

O rico era mais pobre que o pobre
E vivia pedindo esmola
O velho sabia menos que a criança
E voltava pra escola

A mulher era mais forte que o homem
Este ficava em casa procriando
Os filhos sustentavam os pais
Por isso, nasciam em bando

O empregado mandava no patrão
O preso condenava o juiz
O índio era civilizado
E o europeu era feliz

O doente cuidava do médico
O devedor cobrava o banco
Escravidão era liberdade
E o negro escravizava o branco

Tudo diferente, mas tudo igual
Eis meu sonho sem sentido
Ou eu que não sonhei direito
Ou o Homem que está perdido

Celso Garcia

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