A distância só piora tudo. O desejo parece estar presente sempre nas piores horas.
Os calafrios percorrem o corpo como se teus dedos estivessem deslizando pelas minhas costas. Uma brisa leve passa, trazendo com ela teu perfume. Sua alma está aqui, mas seu físico não.
Era pra eu estar de mãos dadas com você. Ouvir tua voz elogiar meu cabelo. Era pra sentarmos no sofá da sala, eu colocar a minhas pernas por cima das suas, falar besteira, gargalhar.
Era para eu tentar te provocar. Daquele meu jeito meio inseguro, com medo.
Era para eu usar os olhos, meus dedos. A respiração deveria ficar ofegante, a luz baixa, tuas pupilas dilatadas. Era para os teus lábios traçarem desenhos sem sentidos pelo meu corpo, parar em lugares estratégicos.
Era para existirem pausas para um sorriso, uma mordida, um beijo nas mãos.
Era para o físico se tocar, entrar. Era pra ser a hora perfeita para deixar o carnal falar, sair, tomar conta da pouca sanidade que me resta.
Era para eu me entregar, mais uma vez em um lugar desconhecido, em um canto sem sentido.
Cadê? Onde está tudo isso? Meus olhos estão aqui, teus lábios aí.
Ainda tenho minha sanidade. Não ouço tua voz. Ainda tenho meu desejo, meus calafrios.
Eu queria perder tudo isso. Eu queria fechar os olhos e me perder. E no final do meu prazer, te encontrar. Só teu físico pode me dar isso. Só você.
Andresa Alvez
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