Uma nova larva

Saint foi preciso em seus números. Não cinco e muito menos oito. Sua Rosa precisaria suportar duas ou três larvas para poder ver as borboletas.
Mas, em determinados momentos, a Vida faz com que tenhamos que suportar bem mais que larvas para poder ver as tão desejadas borboletas.
Às vezes, as “larvas” podem ser o término de um relacionamento, o fim definitivo de uma amizade, a morte de alguém especial.
No meu atual caso, uma das larvas mais pesadas é quando alguém que você Ama se vai. Mesmo não sendo uma ida definitiva, é uma larva a mais entre todas as outras que preciso sustentar.
Larvas. Bichinhos gordinhos, roliços, de aparência nada agradável, que andam lentamente e se alimentam de folhas... Mas, se você quer as borboletas, precisa fazer sacrifícios.
Depois de certo tempo que eu não sei contar e nem tentarei fazê-lo para não ficar ainda mais ansiosa do que já estou, as larvas entram em pequenos casulos, e ali, longe dos olhos humanos e perto dos olhos Divinos, sua transformação acontece.
E depois, de tanto suportar, esperar. O casulo se abre! Pequenas asas começam a sair, lentamente.
E de repente, uma belíssima borboleta se põe a voar, bem diante dos seus olhos.
A Rosa de Saint estava certa, borboletas são muito belas. Vale a pena suportar todas as larvas asquerosas para poder contemplá-las. Eu já vi algumas delas, vi de várias cores, e garanto que elas são lindíssimas!
Agora, daqui alguns dias, uma nova larva se juntará a todas as outras, a todos os casulos e a tudo que eu tenho que aprender a esperar e que está dentro de mim.
Larvas. Nojentas. Asquerosas. Mas por você, eu as suporto.
Eu já vi várias borboletas, mas preciso ver essas também. É uma necessidade.
Alguns casulos se abrem em lugares indeterminados: Em salas de centro cirúrgico, em uma Igreja, em uma festa...
Mas, esse casulo, dessa larva que logo terei que cuidar, tenho quase certeza que se abrirá quando eu estiver em uma platéia, em pé, aplaudindo-o calorosamente...

Andresa Alvez

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