Dos pensamentos


Minha mente foi levada ao passado nesse momento. Como naquela mesma noite, pude sentir meus olhos arderem por culpa das lágrimas, mas dessa vez, pude derrama-las sem medo.
Era uma noite de verão, mas calafrios percorriam meu corpo. Minha cabeça doía.
A dor e o sofrimento eram opcionais, mas, era meu coração que estava em jogo. Ou melhor, era meu coração que tinha entrado naquele jogo, eu era a última pessoa do tríangulo. Se é que existia um.
Naquele instante, eu queria poder correr, fugir, me abrigar em algum abraço. E poderia até ser no dele. Se, o coração e a mente dele não estivessem ocupados demais para não notar meu semblante mudar de 'feliz' para 'derrotado' em poucos segundos.
Nossos olhos se inundaram em lágrimas. Pelo mesmo motivo, mas por razões diferentes.
E por desleixo meu, esses olhares acabaram se cruzando e se fitando por alguns instantes. 
Eu sabia que permanecer aquela sintonia me faria ainda pior. Virei meu rosto para o sentido contrário ao dele. Não deixando ninguém olhar nos meus olhos era mais fácil de esconder tudo que eu sentia.
A cada batida da música no rádio, meu coração se rasgava. Eu não poderia demonstrar nada, nem sentir, nem fugir, nem o abraçar. Nada. E isso era o que fazia aquela dor ser pior.
Meu apetite, sede, vontade, tudo havia sumido. Eu não sabia mais se queria levantar e fugir ou se queria permanecer ali.
Olhei para o céu , como se nas estrelas pudesse haver alguma resposta. E como sempre, elas apenas brilhavam.
No visor do meu celular pude ver exatamente a hora 00:05. Era apenas o começo de mais um dia, um longo dia. Mas, o que eu mais queria, era que ele estivesse no fim.

Andresa Violeta Alvez

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