Revendo: "O que vem a ser felicidade?"


Enquanto prosseguem as férias dos autores do Literatura Exposta, segue mais um texto do início do blog para apreciação de vocês. Tomara que gostem, pois esse é um dos que mais gostei de escrever.
Boa leitura!


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Muitas são as músicas que falam de felicidade. Ela está em toda parte. Alguns choram sua falta. Mas todos concordam que este é um estado de alegria que tanto procuramos em nossas vidas. Os romances narram costumeiramente a procura do protagonista pela sua felicidade. Para isso, ele precisa passar por caminhos incríveis, vivendo verdadeiras aventuras, com o intuito de alcançar esse bem maior, refletido muitas vezes no amor, fazendo dele “feliz para sempre”. Para conquistar isso, ele passa por maus bocados, que o fazem crescer internamente, para, assim, se fazer merecedor do amor que tanto o alegra.
Aliás, o amor é o maior motor da felicidade que a mente humana consegue imaginar. Quando estamos amando, tudo fica tão mais fácil, que até mesmo um caminho de grandes desafios se faz tranquilo. Realmente somos capazes até de mudar nosso modo de ser por causa da pessoa amada. Acabamos nos tornando melhores para fazer feliz a quem amamos. Mas, como tudo no mundo, o amor também possui seu lado nefasto, dolorido, angustiante. Quando não é correspondido, pode levar à loucura, pois o ser humano depende dele para ser feliz, e não consegue enxergar uma vida contente sem que nela esteja inserido este tão nobre sentimento.
As amizades que cultivamos ao longo da vida também podem nos levar à nossa tão sonhada felicidade. Quem tem amigos de verdade, sabe que é feliz. Mesmo quando somos traídos pelo falso amor que achávamos ser verdade, são os amigos os responsáveis por nos trazer de volta à realidade, tirando-nos do limiar da insanidade que a dor de amar alguém erroneamente pode nos levar. Um filósofo disse, sabiamente, que na alegria temos muitos amigos, mas na tristeza é que temos os melhores. São esses que ficarão por toda nossa existência, pois, ainda depois de nossa morte, ainda restará uma boa lembrança a ser contada por aqueles que cativamos com nossa amizade
Ter uma vitória também é algo que nos traz nossa estimada felicidade. É inegável que ficamos embriagados quando vencemos alguma coisa. Que seja uma corrida de sacos, em uma animada gincana, ou uma copa do mundo de futebol, ou até mesmo uma olimpíada, ficamos tão contentes que esquecemos completamente que do outro lado existe alguém que se entristece com a derrota. Os esportes são o melhor exemplo dessa felicidade espontânea e efêmera que sentimos. Todos os anos as torcidas de futebol cantam, bebem, fazem piadas, porque seus times conquistaram mais um título. E todo anos isso se repete como se fosse o primeiro.
Mas, note, nenhuma dessas demonstrações de felicidade é eterna. Nem mesmo a amizade, que considero a mais duradoura de todas. Por quê? Simples. Se houvesse felicidade eterna, o homem não precisaria estar sempre melhorando seu intimo para se tornar capaz de ser feliz. Não é a felicidade o fim que procuramos, mas o motor para buscarmos uma finalidade maior, que para muitos é um grande mistério, mas que, na realidade, é algo simples, mas que depende do nosso empenho para alcançarmos.
A felicidade é, portanto, uma recompensa por uma conquista pessoal, mas fullgás, pois, desta maneira, você terá que continuar crescendo como pessoa para continuar sendo capaz de receber essa recompensa, num caminhar constante e incessante, que, ao invés da felicidade eterna, nos trás sabedoria. Esta sim, não nos abandona nunca, pois jamais esquecemos as verdadeiras lições que precisamos aprender com a vida e para ela. No fim, tudo o que buscamos não é sermos felizes, mas nos tornarmos sábios, conhecedores da maior maravilha que a natureza já produziu: Nós mesmos.

Leonardo Távora

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