O pé é a roda do homem
O chão é o céu desabado
O sol é uma lâmpada imensa
Movida a energia solar
O líquido é um sólido mole
A luz é a ausência do escuro
O cabelo é um pelo crescido
O pássaro é um avião sem motor
Que bate asas e canta
A sombra é o xerox das coisas
A casa é o lar sem pessoas
A fome é o grito do estômago
O adulto é uma criança grande
Que não pode mais brincar de pique-esconde
O vento é o ar com pressa
O sono é o descanso do corpo
O silêncio é o barulho em férias
A poesia é a palavra bêbada
Em rasgados trajes de gala
O relógio é a marca do tempo
O tempo é o carrasco do homem
O homem sonha ser eterno
A morte é o fim certo do sonho
Na hora incerta, ingrata e inoportuna
Celso Garcia
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