Tinha, é verdade, grande força nas mãos.
Afinal, é com elas que ele construía suas obras.
Tinha também, na mente, uma grande imaginação.
Era artista, mas não da literatura, da música ou do teatro.
Sua arte era plástica, daquelas que inebriam os nossos olhos.
Eram imagens, sólidas, palpáveis, belas, encantadoras...
Daquelas que falam mesmo mais que mil palavras.
Mas sua arte não estava exposta em grandes galerias.
Eram preciosidades que ele vendia por encomenda.
Sua casa era o lugar onde ele guardava tesouros fabulosos.
Feitos pelas mãos daquele artista que um dia conheci.
Mas, por que falar de um jovem artista plástico?
Por que dizer tanto de alguém que está só começando?
É verdade, poderíamos dizer.
Mas pare e pense um pouco comigo...
Tudo na vida tem um começo, um surgimento.
E todo talento surge ou de um dom ou de muito treino.
Eu estou falando aqui de alguém que tem isso como um dom, naturalmente.
O que você faria se de sua casa tirassem todos os ornamentos?
Aqueles que tua mãe compra na feirinha, e que geralmente só ela dá valor?
Pois é... Tudo seria mais feio, mais duro, mais cinza, mais triste.
A grande mágica dos artistas está exatamente em te tirar da realidade.
São eles os condutores da estrada que lhe leva a um mundo mágico.
Com suas obras, eles colorem sua casa, e mesmo sua vida.
Grandes ou pequenos, os ornamentos enchem-lhe os olhos.
E são feitos ali, no pequeno ateliê de artistas como esse que lhe falo.
Por vezes, são feitos no aconchego da casa dele.
Cada nova peça leva um pouco de si.
São pedaços de seu próprio ser que ele entrega a cada nova encomenda.
Pois as mãos fazem apenas reproduzir seus próprios sentimentos.
Quando você compra suas obras, leva mais que um belo ornamento.
Leva mesmo um dos inúmeros filhos daquele artista.
Um escritor lhe passa emoção em cada uma de suas frases.
Esse artista é capaz de te transportar para o mundo dele com imagem.
Não é preciso falar nada, nem ao menos saber explicar.
Não é preciso se deter em páginas e mais páginas de uma história.
Só é preciso olhar, sentir...
E com esse sentir ser levado ao universo mágico desse pequeno artista.
Ser levado para o mundo além do olhar.
O artista plástico é mais que um simples fazedor de imagens.
É um construtor de alegrias.
Artesão de sentimentos.
Leonardo Távora
Bela homenagem. Se eu fosse um artista plástico me sentiria honrado...rs! Abração.
ResponderExcluirBelíssimo e sensível texto.
ResponderExcluirParabéns.
Sem palavras...
ResponderExcluir...ou melhor,
Obrigado!!!
Alex Ribeiro