Logo hoje?

Te larguei falando sozinho, dei as costas. Onde já se viu, não acreditar no meu Amor? Nos meus sentimentos?
Eu nunca fui de Amar um homem só, e talvez, isso seja um erro. Porém, mesmo que em um único dia, eu Amasse 5 homens, por todos eles eu choraria, lutaria, e Amaria da forma mais real e mais verdadeira que cada um deles jamais tivesse conhecido em sua vida. Tudo bem que ao final do dia eu não teria nenhum deles, mas ainda assim, eu teria Amado.
Naquele fim de tarde, eu questionava aquele projeto de homem, que sorria de lado e não respondia nenhuma das minhas perguntas. Ele não acreditava, ou não queria acreditar. Ou, sempre a opção mais verdadeira para quando se está apaixonada por um burro: Eu não era mulher o suficiente para ele.
Dei as costas, saí segurando um choro que parecia querer durar o resto da noite. Dando passos que poderiam perfurar o chão, adentrei a sala ao lado, onde meu mais recente caso de “Amor acordado” se encontrava.
Li uma vez que, “O Amor verdadeiro nunca morre, ele apenas adormece nos braços da eternidade” e eu creio fielmente nessa frase.
Numa manhã de sol, aquele Amor que eu tinha aos 9 anos de idade decidiu acordar, e com tamanha força que se possível fosse, me faria voar.
Naquele fim de tarde, onde eu queria uma arma para matar alguém, ou simplesmente me questionar por horas o motivo de tudo ser assim, aquele Amor antigo estava lá, me seguindo com os olhos.
Procurei um lugar ali perto para sentar, tentando então me desligar do mundo, e não chorar!
O som saía de suas mãos, e eu poderia passar o resto da vida ali, de olhos fechados, sentindo a música bater no meu peito.
Abri os olhos.
Ele estava lá. Me olhando.
Parecia querer perguntar algo, mas não o fez.
E pela primeira vez em anos, ele decidiu sorrir. Da forma mais doce e mais sincera possível.
Seus lábios finos se arquearam para cima, fazendo então minha raiva, ódio, medo e insegurança sumirem.
Porque hoje? Logo hoje? Justo hoje?
Céus, ele me confundia tanto! Ele poderia dar aquele sorriso a qualquer dia, porque logo naquele momento em que tudo dava errado?
Meu cérebro tinha dado um nó, e ninguém conseguiria desatar tão cedo.
Não sai dali, fiquei presa naquela rendição.
O som me acalmava, me trazia paz... Me trazia talvez, até Amor.
Saí da sala procurando meu celular na bolsa azul, para dar alguns telefones e voltar para casa.
Foi atrás de mim. Pousou a mão no meu ombro, brincou com meu jeito enfezado de ser e beijou o rosto. Beijou fraco, talvez porque levasse ao pé da letra o burburinho de eu ser de vidro.
E eu fiquei ali, jogada, dispersa, sorrindo sozinha. Tratando de cuidar muito bem do sorriso que ele deixou comigo, para que este, dure para sempre.
E permaneci ali, jogada, sem entender nada, me perguntando: Porque ele fez isso logo hoje?
Questionamentos e confusão: Me deixem em paz, pelo menos por hoje.
Não tire de mim o sorriso que ele deu.
Andresa Alvez

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