“A
linha que separa a sensualidade da vulgaridade é muito tênue”
A personagem desse mês formou-se em direito
e deu aulas de Direito do Trabalho e Direito Administrativo em cursinhos. Foi servidora pública, mas largou tudo para dedicar-se integralmente à
carreira de escritora.
Confira a entrevista exclusiva:
Por Patrícia Távora
Literatura Exposta - A fim de que as pessoas conheçam quem é a escritora
brasiliense, vamos começar com quem é Janaína Rico no olhar
de Janaína Rico?
Janaína
Rico: Nossa, que pergunta difícil. Bom, eu não bato muito bem da bola. Então
cada dia sou uma pessoa diferente. Acho que me tornei escritora por gostar de
contar mentira. Assim, pelo menos as minhas invenções malucas viram livros.
Mas, basicamente, sou uma criatura amorosa, que defende a natureza e apaixonada
pela minha família.
L.E - Com obras destinadas
ao público feminino, como é a aceitação da literatura erótica?
Rico: A literatura
erótica costuma ter péssimos livros. É difícil você encontrar alguém que saiba
falar sobre sexo sem ser vulgar. O Ser Clara e o Apimentando, meus primeiros
romances, são sensuais. A linha que separa a sensualidade da vulgaridade é
muito tênue. Hoje em dia o pessoal procura por mais livros com a temática
erótica por estar na moda, depois do fenômeno 50 tons de cinza. Mas, isso nem
sempre quer dizer qualidade.
L.E - Qual das suas obras você elege sua favorita?
Rico: É mais ou menos
como perguntar para uma mãe qual é o seu filho preferido. Mas o “Apimentando”
tem mais o meu carinho.
L.E - Por que escolheu essa?
Rico: Por ser uma coisa
completamente diferente do que está no mercado. A “mocinha” da história já está
na casa dos 40 anos, vivendo dramas que muitas mulheres vivem e não tem coragem
de assumir. Saí daquela coisa “triângulo amoroso com caras perfeitos” que a
gente vê na maioria dos romances femininos por aí.
L.E - Você já publicou um livro infantil “O maravilhoso livro de desenhos da menina que não sabia desenhar”. Como é escrever para esse público? Fará mais obras infantis?
Rico: Sim, já tenho uma
pronta. E estou escrevendo outra. Escrever para crianças é uma alegria sem fim!
L.E - Com objetivo de ganhar um espaço maior para autores brasileiros nas livrarias, você criou o movimento “Eu leio Brasil”. Qual a sua intenção através desse manifesto?
Rico: Mostrar que as
pessoas querem sim comprar livros brasileiros, mas não os encontram nas
livrarias. As grandes redes não dão destaque aos nacionais. Reservam uma
prateleirinha, escondida no fundo da loja, e jogam meia dúzia de livros ali.
Ah, fala sério! É uma falta de respeito e consideração muito grande com o autor
nacional.
L.E - Qual será o segundo
passo após recolher as assinaturas por meio da petição on-line?
Rico: Levar para a
mídia, para as livrarias, mostrar a nossa voz.
L.E - Para você, como seria um passo a passo perfeito para a valorização dos escritores brasileiros?
Rico: Não existe a
regulamentação da profissão do escritor. As editoras exploram, não pagam,
sequer se dão ao trabalho de responder quando um escritor iniciante envia os
originais para serem avaliados. Muito caminho tem que ser percorrido. Estamos
ainda engatinhando, se compararmos com países como EUA, França, Canadá e
Inglaterra. Não sei qual é o caminho perfeito, mas estou fazendo a minha parte.
É como aquela fábula do passarinho que tenta sozinho apagar o incêndio. As gotinhas
que ele carregava no bico eram a maior contribuição que ele podia dar.
L.E - Deixe aqui sua mensagem para os leitores do blog Literatura Exposta.
Rico: Antes de mais nada, a minha gratidão pelo carinho. E peço para que
assinem o nosso manifesto! http://www.peticao24.com/eu_leio_brasil
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